Como falamos no texto anterior, a violência doméstica pode acontecer em qualquer tipo de relacionamento, não se limitando apenas aos relacionamentos amorosos (clique aqui para saber mais). Entretando, a maioria dos casos acontecem nesse tipo de relacionamento, onde a maioria das vítimas são mulheres. De acordo com o Instituto de Saúde e Bem-estar da Austrália, uma em cada seis mulheres foram vítimas de abuso sexual ou físico, enquanto o mesmo aconteceu com um em cada dezoito homens nos anos de 2021 e 2022.
Mas por quê a violência é mais comum partindo de homens para mulheres? A violência doméstica é uma questão complexa que envolve uma variedade de comportamentos e motivações do lado do agressor, como por exemplo:
- Poder e controle: Muitos agressores buscam exercer poder sobre seus parceiros. Isso pode resultar de normas sociais, inseguranças pessoais ou um comportamento aprendido em experiências anteriores.
- Ciúmes e posse: Ciúmes intensos podem levar indivíduos à violência, frequentemente ligados a sentimentos de insuficiência ou medo de abandono.
- Abuso de substâncias: Álcool e drogas podem exacerbar tendências violentas, mas não devem ser atribuídos como únicas causas.
- Saúde mental: Alguns agressores podem lutar com condições de saúde mental não tratadas, incluindo transtornos de personalidade.
- Padrões sociais e culturais: Em algumas culturas, a agressão e o controle por parte do homem é vista como normal. Alguns padrões sociais ainda atribuem ao homem o papel de líder da família.
Perfil do agressor
Um estudo realizado nos EUA com homens latinos identificou fatores individuais para explorar suas razões para usar violência doméstica, tais como idade, testemunhar esse tipo de violência dentro da própria casa ou abuso na infância, transtornos cognitivos e traços de personalidade. Estudiosos do assunto reforçam que a experiência com abuso na infância aumenta a propensão a problemas comportamentais, abuso de substâncias e a repetição de comportamentos abusivos e violentos.
Tipos de violência e comportamentos
- Violência física: Isso inclui qualquer forma de dano físico com contato.
- Abuso emocional: Os agressores podem usar manipulação, intimidação, ameaças e humilhação para controlar seus parceiros.
- Isolamento: Muitas vezes, eles isolam seus parceiros de amigos, família e redes de apoio.
- Controle econômico: Alguns podem controlar os recursos financeiros, limitando a independência do parceiro.
- Controle coercitivo: Isso envolve um padrão de comportamentos controladores que podem incluir monitoramento do celular, restrição de contatos sociais, controle de quais roupas sua parceira pode usar e outras táticas invasivas.
Tratamentos e Intervenções
De acordo com Safe Steps, uma organização que oferece serviços de suporte a vitimas de violência doméstica, esse tipo de violência impacta as vítimas de várias maneiras, deixando-as com marcas físicas e traumas psicológicos para sempre. Para reduzir o número de casos e acabar com a violência doméstica, alguns atitudes são necessárias:
- Educação sobre o tema: É importante falarmos mais sobre o assunto e ensinar, desde cedo, as características e importância de ter um relacionamentos saudável.
- Tratamento psicológico comportamental para os agressores: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar os agressores a reconhecer e mudar seus padrões de pensamento e comportamentos prejudiciais.
- Igualdade de gênero: Importante acabar com o machismo e o pensamento de que homens devem ganhar mais, são os líderes da família e precisam ser “machos”, não podendo demonstrar fraqueza ou sentimento.
- Acabar com preconceitos: Homens são seres humanos e têm sentimentos, problemas e fraquezas. É importante normalizarmos a necessidade de buscar ajuda emocional e psicológica também para os homens. Homens podem e devem chorar também.
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